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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Cuide do seu jardim.

Noite passada, eu percebi, finalmente, que não possuímos um quantidade exata de vezes possíveis para amar. É simples. Nós somos um solo fértil esperando alguma semente que faça crescer em nós algo incrivelmente novo. A questão é que ninguém possui a resposta exata para saber porquê algumas dessas sementes não brotam e algumas se tornam coisas gigantescas como árvores que criam raízes e posteriormente possíveis cicatrizes impossíveis de arrancar do nosso peito por completo. 
Eu me senti por muito tempo um solo infértil e achava que minha cota de vezes para amar já tinha acabado devido a intensidade dos sentimentos que havia vivido até então. Mas eu estava errada. Eu não era uma terra sem vida, eu apenas estava recebendo sementes que por algum motivo não faziam crescer nem uma flor. 
Percebi que amar é realmente algo sem medidas e tão simples que sua simplicidade nos parece complexa demais para compreender. Não é nossa culpa se nada brotar em nós durante algum tempo. Mas algum dia, certamente, irá. E talvez, dessa vez, não precisaremos nos dar ao trabalho de arrancar mal algum pela raiz. Dessa vez, perceberemos que podemos nos permitir deixar que aquela nova planta cresça o máximo que ela conseguir. 
Todos somos um solo esperando uma semente ou uma semente procurando um solo. Por haver bilhões de nós existindo em todos os lugares, as inúmeras possibilidades nos afastam de um destino que poderia ser traçado com certa facilidade. Então, enquanto nos perdemos nas curvas do destino, cuidemos de nossos jardins internos a fim de atrairmos para nós quem realmente deve fazer algo florescer.

domingo, 28 de junho de 2015

Medo precisa ser perdido

Tem uma frase do escritor Paulo Coelho que diz: "Não seja aquele tipo de pessoa que busca, acha, e depois sai correndo com medo." Isso é algo bem comum de acontecer e eu sei que já aconteceu contigo. Mas é normal, só não pode pensar que é uma característica imutável tua. Às vezes é só medo e o medo precisa ser perdido. Há inúmeras primeiras vezes que precisam ser superadas. Todo mundo precisa de um primeiro beijo, primeiro sexo, primeiro amor - não necessariamente nessa ordem. Todo mundo precisa aprender a lidar com cada uma dessas situações e com os detalhes que nos matam de medo e fazem a gente deixar de vivenciá-las.
Foi assim comigo quando percebi que finalmente alguém estava demonstrando que estava apaixonado por mim. Dessa vez não eram palavras, eram ações. Eu simplesmente não sabia reagir, principalmente por que me dei de conta que não sentia o mesmo. E acredito que foi assim quando perceberam que, bem, eu estava com sentimentos, há algum tempo.
A gente se assusta. Às vezes só não estamos no timing certo, às vezes só não é a pessoa certa. Mas, todas as vezes resultam em aprendizado. Só não pode deixar de aprender.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Atente ao tempo.

Não me culpe por seus próprios fracassos, por suas próprias fraquezas. Não sou a culpada da tua pequenez. Não sou a sua vilã e você não é o meu refém.
Não me culpe por suas limitações e não as esconda apontando paras as minhas.
Não interprete erroneamente coisas que não sabe, visto que se absteve de participar da minha vida.
Não me julgue. Não me dirija a palavra.
Atente ao tempo. 

domingo, 24 de maio de 2015

Mais uma vez

Hoje foi mais um daqueles dias estranhos, com cheiro de morte, onde se passa vinte e duas das vinte e quatro horas do dia na cama.
Não sei. De repente tudo se perdeu. Eu perdi o sentido. Chorei e confessei em voz alta que temia perder o que mais desejava realizar na vida. E horas depois estou aqui com um sentimento estranho. Estou vazia.
Veja bem, eu não amo ninguém, não consigo me ver capaz de criar nenhuma criança nem gostar dessa ideia e realizar meu sonho ou não realizar parece que não faz diferença. Essas três coisas são os pilares da minha vida e eu os perdi. Eu sei que é bem provável que seja mais uma das milhares crises existenciais que tenho, mas... Meu Deus!! Eu não suporto mais ter que conviver com isso! É muito difícil estar bem num momento e terrível no outro, então ficar bem de novo e cair outra vez. 
Além das duas doenças crônicas que tenho e preciso levar junto comigo na mala para onde eu for, penso que tenho depressão. Ou estou deprimida. Talvez eu seja bipolar! Bi-po-lar! Deus!! E eu penso isso pelo simples fato de que uma hora estou com a cara enterrada no travesseiro, o vento muda e de repente pulo da cama e vou malhar na academia. Ou então estou de saco cheio com meus amigos, olho para o lado e de repende mando mensagem para todos eles dizendo que os amo muito. Ou então eu falo que desisti de tal pessoa, passam-se dois minutos e lhe dou mais uma chance. Dizem que são coisas típicas da adolescência, mas eu nem sei se ainda sou adolescente. Já pesquisei isso, antes que você pergunte, mas cada organização tem uma definição diferente. O que quer dizer que para algumas organizações eu sou adolescente, para outras não. Por exemplo, para meus pais, está bem claro que nem criança deixei de ser - eles me deixaram isso claro meses antes do meu aniversário de 18 anos quando achei que podia, finalmente, mandar em mim. Não posso. Talvez eu nunca vou poder. De alguma maneira, todos somos dependentes de algo e manipulados feito marionetes. Ah, e somos cobaias de diversos experimentos também. 
Anyway, já me perdi em meus próprios pensamentos e acho que minha crise vai passar em pouco tempo, outra vez. O lado bom é que sempre passa, o lado ruim é que SEMPRE volta.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Aceita.

Um exercício que precisamos fazer é aceitar. A aceitação é a base para possuir serenidade nos nossos caminhos. Então, aceita. Aceita que talvez você nunca consiga controlar as coisas, sobretudo seus sentimentos. Aceita que se algo tiver que acontecer, irá acontecer. Nada do que você possa fazer vai mudar isso - e você só entenderá isso depois. Aceita que não é porque algo não saiu como planejado, que deu errado e entenda que se surpreender é mágico. Aceita que você precisa sentir dor antes do aprendizado ou então aprender como se faz para ser sábio sem sofrer. E não enlouqueça se não souber fazer certas coisas, batalha pelo aprendizado. 
Simplesmente não enlouqueça. Se acalme. Se você estiver sentindo dor, chore, escreva, cante, grite, desabafe e, mais do que isso, continue firme. Se alguém te machucou, perdoa. Se machucasse alguém, se perdoa.
E ame, ame muito. Sem medo. Ame sem pressa, ame devagar. Sinta, saboreie.
Permita-se gostar da chuva, permita-se apreciar a calmaria, permita-se olhar para o céu e receber um consolo que ninguém te dá.
Calma, respira, sinta.
E aceita.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Hay personas que te ayudan a vivir

Eu não faço ideia do que o fez entrar quase que por acaso na minha vida, mas parece que deveria ser. Não sei se permanecerá ou se era isso y se acabó. Acasos não existem, é verdade. Não existem mesmo. Deveria ter algum motivo para que a vida voltasse teus olhos para mim. Deveria ter algum motivo para que me fizesse, mesmo estraçalhada, o olhar de volta. 

Hay cosas que te ayudan a vivir

Há poucos dias pude entender que quem quer curar tuas feridas, não consegue outra coisa além de tapar buracos e às vezes te fere ainda mais. Não é possível regenerar a alma dolorida de alguém intencionalmente, pois isso se configura como uma agressão. Talvez a uma pessoa lhe devo desculpas se algum dia dei a entender que poderia ser por ela curada. Não poderia. Sabia que haveria alguém no mundo que talvez fosse capaz de me curar, só não sabia quem. E houve. E foi tão simples que não faço ideia de como nem quando aconteceu.
Os dias e as noites têm sidos positivos desde então, mas há uma nuvem negra pairando no ar. Então espero que chova, chova muito, para que essa nuvem desapareça e permita que os raios de sol cheguem a esse lugar sem interferências.
Mas, se a positividade a qual me refiro for embora junto com a chuva, assim era para ser. Sempre lembrarei dela com saudade e agradecimento, pois, graças a ela, hoje me sinto finalmente curada.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

O pecado de sermos quem somos

Por mais que a gente cresça, sempre há quem deseja nos prender no passado como se fôssemos prisioneiros dele, como se não soubessem que a gente implora para que soltem nossa mão e nos deixem ir. Há falta de racionalidade nessas atitudes porque o medo do inevitável os cega. E, agora cegos, não entendem que esse excesso de proteção está nos deixando tão preparados para a vida quanto um animal no zoológico está para viver na selva. Contudo, há em nós uma grande necessidade de auxílio, um suporte, um ombro amável que vai nos aconselhar e, por vezes, consolar nos nossos tropeços sem qualquer tipo de ressentimento por termos crescido.
Não foi crime. Nada que fizéssemos impediria esse momento por mais que alguns de nós tentassem que o tempo não os afetasse. O tempo sempre nos afeta. A vida nos chama para aprender e explorar situações por nós desconhecidas, nós não conseguimos evitar o chamado nem os erros. Não temos medo de errar nem queremos que os seus medos nos afetem. Mas afetam. Nos deixam acuados e indefesos, estressados e tristes, exatamente como um animal que não conhece muito mais do que a jaula do zoológico onde vive. E necessitam viver. Nós também necessitamos. Por isso, suplicamos que nos deixem ir e aprendam que o julgamento por nossos erros serão sempre desnecessários. Nós saberemos se errarmos, sentiremos coisas de mais e não necessitaremos de mais culpa ou arrependimento - somente um abraço e talvez um pedido de desculpas. 
Em meio a toda essa confusão e esse julgamento que nos fazem sentir que somos terrivelmente culpados por termos crescido, falta um pouco de carinho e muita compreensão. Porque as pessoas não são iguais, não desejam as mesma coisas e os nossos certos e errados são sempre diferentes. Pais e filhos não são iguais, irmãos também não, primos e amigos idem. Diálogo e paciência é tudo o que pedimos. E, por favor, não nos pendurem numa cruz com pregos cravados em nossas mãos porque realizamos o pecado de sermos quem somos.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Confrontar-se, reordenar-se, amar-se.

Por semanas tive o silêncio como companhia e fui a minha melhor amiga, dando espaço para me permitir reordenar meus pensamentos sem influências externas. Não sei ao certo quantos dias fiquei trancada em casa recusando sair. Nestes dias, me testei até chegar ao meu limite. Posso me sentir eu sendo eu de novo, avaliando os erros como nunca antes fiz, meditando sobre decisões que estavam realmente confusas no primeiro momento. Avaliei o que e quem quero em minha vida e adquiri, como de costume, outras milhares de dúvidas.
Pude ter a certeza que confrontar nós mesmos é o pior dos confrontos porque nunca somos justos ao avaliar nossas atitudes. Às vezes somos muito benevolentes, às vezes somos muito exigentes. Por isso, como qualquer outra coisa que nos causa desconforto, escolhemos pular essa parte. Passamos boa parte dos nossos dias avaliando terceiros e raramente pensamos que nós também devemos ser avaliados. Eu escolhi não pular essa parte e vive-la como um aprendizado.
Não mudei nem foi em um passe de mágica, apenas me reordenei. Foi, por vezes, doloroso, estressante, triste mas, sem sobra de dúvidas, foi demasiado feliz. Agora posso respirar os doces ares da liberdade e da paz que tentaram me privar. 
I'm back.